Não creia no blá blá blá do artista problemático. Bowie não morreu com 27, Jagger também não. E mesmo os tipos suicidas (mais) literais como Cobain poderiam ter um fim diferente. Bastava um pouco de coragem para desrespeitar esse maldito culto à individualidade.
O que matou Amy Winehouse foi a ausência de uma categoria odiada pela nossa sociedade: o intrometido. Alguém que dissesse "eu sei que ela é adulta, mas foda-se, alguém tem que fazer algo". E dali começasse uma intervenção.
Mas por algum motivo, ninguém ligou. E ela morreu sozinha uma semana depois de ir ao pub que frequentava e dizer que queria parar de beber.
Não se meter é mais cômodo e fácil, mas seria melhor vê-la morta do que intervir?
O cara na beirada da ponte determinado a se matar pode mudar de idéia. Basta alguém dizer algo. E se falar não adiantar nada, é preciso fazer. Tirá-lo da ponte e tratá-lo, uma vez que ele perdeu a sanidade e é nossa obrigação tentar devolvê-la a ele.
Mesmo que seja à força, desrespeitando o sagrado direito de escolha. Porque às vezes é preciso desrespeitar a liberdade individual daquele indivíduo que se encontra em perigo. Da mesma maneira que seu pai um dia não permitiu que você atravessasse a pista sozinho, Amy precisava nesse momento da vida de uma mão firme.
Não teve. Azar o nosso.
segunda-feira, 25 de julho de 2011
A culpa é da Amy sim, mas...
Postado por
Eduardo Ratel
às
09:30
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