Entre num cursinho e pergunte ao candidato sobre a vaga que ele deseja conquistar. A resposta não será sobre as atribuições do cargo, mas em relação ao salário. "É para auditor de alguma coisa, fiscal de não sei lá o que. Paga bem e tem estabilidade, isso que importa".
Trabalhar só pensando na grana é uma armadilha. É assim que muitas pessoas acabam na prostituição, por exemplo. Sim, porque vender o corpo também paga bem. E não estou dizendo que não tenha gente que gosta. No entanto, para a maioria é terrível ter que ir todo dia e doar oito horas da sua vida para um serviço que não agrada. O mais assustador é que hoje temos milhares de pessoas se esforçando para alcançar esse exato objetivo.
E quando ele é conquistado torna-se um peso. Se você é daqueles que faz o que gosta, eu garanto que seu trabalho já é dureza, uma vez que até mesmo o que a gente ama tem um lado difícil de lidar. Imagina todo dia fazendo aquilo que não lhe apatece? É como namorar alguém só pela grana.
O índice de endividamento entre os funcionários públicos é grande, mesmo aqueles com altos salários. Por que? Porque não há satisfação no trabalho. Auditor do Tribunal de Contas da União? Pouca gente nasceu para fazer isso e de todos que chegaram lá, quem está realmente feliz? A insatisfação é compensada com gastos, nossa maneira moderna de fugir da dura realidade. Com gastos e mau humor.
É fácil encontrar em qualquer repartição cartazes avisando que é crime desacatar um funcionário público. É como dizer "olha, quando você for mal atendido, não reclame porque é crime". Nunca vi um cartaz informando sobre os direitos do cidadão que está sendo atendido.
O pior é que a Lei 8.112, a tal que garante estabilidade, só piora as coisas. Um funcionário público tem que fazer uma merda muito grande para perder o emprego. A lei protege o incompetente e não tem mecanismos para premiar aquele que faz bem o seu trabalho.
Insatisfeito e estável, o funcionário público segue sua vida pensando: deveria ter seguido meu verdadeiro sonho?
sexta-feira, 29 de julho de 2011
Os concurseiros são as futuras putas do governo?
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Eduardo Ratel
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quinta-feira, 28 de julho de 2011
Eles gostam dos Beatles pelo motivo errado
As pessoas preferem os Beatles na fase em que eles eram uma banda ordinária. Love Me Do, Please Please Me, canções estilo iê iê iê, micadas pela nossa terrível Jovem Guarda - aliás, vocês já pararam para pensar que a turma do Roberto Carlos não fez nada além de copiar músicas gringas?
Até o álbum Revolver os Beatles eram só mais um grupo entre os milhares começando com The. Faziam o mesmo rock popularizado por Elvis seis anos antes e seguiam a trilha de uma porrada de outras bandas do mesmo estilo. É claro, eles eram os mais populares, mas até então viviam de menininhas gritando afoitas durante os shows, nada que o Luan Santana não faça também.
Mas foi no declínio dessa loucura toda que eles finalmente param e fazem [com calma e esmero inéditos] o seu grande álbum - Sargento Pimenta, levando o rock a outro nível de complexidade. E isso muita gente sabe, mas é estranho que dessa nova fase pouca gente gosta.
Você curte Beatles? O camarada diz que sim e assobia Twist and Shout, sem saber que a música nem é deles.
Como afirmei acima, preferem a época iê iê iê, o período ordinário. Continuam admirando a banda do mesmo modo que faziam as fãs berronas e burrinhas. Não que as músicas desse período sejam ruins, mas muita gente que fez no mesmo naipe fez até melhor.
Mais adequado é reconhecer os Beatles pelo que eles fizeram de extraordinário.
Até o álbum Revolver os Beatles eram só mais um grupo entre os milhares começando com The. Faziam o mesmo rock popularizado por Elvis seis anos antes e seguiam a trilha de uma porrada de outras bandas do mesmo estilo. É claro, eles eram os mais populares, mas até então viviam de menininhas gritando afoitas durante os shows, nada que o Luan Santana não faça também.
Mas foi no declínio dessa loucura toda que eles finalmente param e fazem [com calma e esmero inéditos] o seu grande álbum - Sargento Pimenta, levando o rock a outro nível de complexidade. E isso muita gente sabe, mas é estranho que dessa nova fase pouca gente gosta.
Você curte Beatles? O camarada diz que sim e assobia Twist and Shout, sem saber que a música nem é deles.
Como afirmei acima, preferem a época iê iê iê, o período ordinário. Continuam admirando a banda do mesmo modo que faziam as fãs berronas e burrinhas. Não que as músicas desse período sejam ruins, mas muita gente que fez no mesmo naipe fez até melhor.
Mais adequado é reconhecer os Beatles pelo que eles fizeram de extraordinário.
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quarta-feira, 27 de julho de 2011
Dessa vez o terrorista é cristão
A imprensa sempre cria em nossas mentes certos estereótipos. Por exemplo, o que seria o arquétipo de um terrorista? Turbante, barba e (principalmente) muçulmano. Mas o louco da Noruega não é nada disso. É alto, loiro e seguidor de Jesus Cristo. E sabe o que é mais bizarro? Não o chamam de terrorista nos jornais. Falam do atirador da Noruega, do extremista da direita. Raramente se lê o termo terrorista, muito menos terrorista cristão.
A cristandade "civilizada" tem seus terroristas com suas bombas, escopetas e ideias imbecis. E se você vai encher o peito para dizer que as religiões orientais são mais calminhas, lembre-se que Gandhi foi morto por um terrorista hindu que não queria se misturar com muçulmanos. "Mas Ratel, tem os budistas sempre serenos em suas meditações!". Sim, vá ser cristão e morar em Bangladesh ou no Sri Lanka para ver como os budistas tratam os seguidores de Jesus por lá.
Sem generalizações. Cristãos, muçulmanos, budistas ou hindus podem ser ótimas pessoas. O problema é quando um deles deseja que toda a humanidade siga um profeta específico. Problema maior ainda quando um deles decide que um rifle pode ajudar nesse processo de convencimento.
Twitter: @eduardoratel
A cristandade "civilizada" tem seus terroristas com suas bombas, escopetas e ideias imbecis. E se você vai encher o peito para dizer que as religiões orientais são mais calminhas, lembre-se que Gandhi foi morto por um terrorista hindu que não queria se misturar com muçulmanos. "Mas Ratel, tem os budistas sempre serenos em suas meditações!". Sim, vá ser cristão e morar em Bangladesh ou no Sri Lanka para ver como os budistas tratam os seguidores de Jesus por lá.
Sem generalizações. Cristãos, muçulmanos, budistas ou hindus podem ser ótimas pessoas. O problema é quando um deles deseja que toda a humanidade siga um profeta específico. Problema maior ainda quando um deles decide que um rifle pode ajudar nesse processo de convencimento.
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terça-feira, 26 de julho de 2011
A homossexualidade não é natural. A religião também não.
Duas coisas me irritam nos argumentos cristãos contra os homossexuais. A primeira delas é dizer que no Velho Testamento há uma passagem que condena a prática. Ora, isso é verdade, mas no mesmo livro há um versículo que pede aos seguidores de Jeová que sacrifiquem um cordeiro por algum motivo banal. É claro que eu pergunto "ow cristão, se tu segues o que está escrito no Velho Testamento e, assim, condena os gays, onde está o teu sacrifício do carneiro?"
Eles argumentam que não saem por aí cortando a garganta de animais porque o Velho Testamento foi escrito para ser seguido por pessoas de uma época diferente. Eu observo abismado e retruco "então por que diabos o trecho que condena os gays não é ignorado por vocês, uma vez que está no mesmo maldito livro?"
E então presos nessa armadilha, eles soltam a segunda bobagem: ser gay não é algo natural. Pênis devem entrar em vaginas, isso foi feito para aquilo, a natureza nos deu isso para ser usado nisso, um blá blá blá infernal.
Pois bem, a natureza nos deu cérebros avantajados. Nenhuma espécie pode ser comparada a nossa. Nós vestimos roupas, construímos carros, fazemos músicas, inventamos remédios, visitamos a Lua. Não somos nada naturais no que diz respeito ao que acontece por aí na natureza selvagem. Ou você já viu algum lagarto escrevendo uma sinfonia? Pombos coordenando assassinatos em massa? Ou cães construindo igrejas para adorar um outro cão que viveu há dois mil anos na Galiléia?
Se a homossexualidade não é natural, como eles argumentam, a religião também não é. Essas duas manifestações são humanas e não podem ser comparadas com o restante da natureza. Assim como um quadro do Picasso ou a II Guerra Mundial não podem ser comparados a um ninho de passarinho. As duas coisas, em suma, são NATURAIS DO SER HUMANO e por isso merecem respeito.
Eles argumentam que não saem por aí cortando a garganta de animais porque o Velho Testamento foi escrito para ser seguido por pessoas de uma época diferente. Eu observo abismado e retruco "então por que diabos o trecho que condena os gays não é ignorado por vocês, uma vez que está no mesmo maldito livro?"
E então presos nessa armadilha, eles soltam a segunda bobagem: ser gay não é algo natural. Pênis devem entrar em vaginas, isso foi feito para aquilo, a natureza nos deu isso para ser usado nisso, um blá blá blá infernal.
Pois bem, a natureza nos deu cérebros avantajados. Nenhuma espécie pode ser comparada a nossa. Nós vestimos roupas, construímos carros, fazemos músicas, inventamos remédios, visitamos a Lua. Não somos nada naturais no que diz respeito ao que acontece por aí na natureza selvagem. Ou você já viu algum lagarto escrevendo uma sinfonia? Pombos coordenando assassinatos em massa? Ou cães construindo igrejas para adorar um outro cão que viveu há dois mil anos na Galiléia?
Se a homossexualidade não é natural, como eles argumentam, a religião também não é. Essas duas manifestações são humanas e não podem ser comparadas com o restante da natureza. Assim como um quadro do Picasso ou a II Guerra Mundial não podem ser comparados a um ninho de passarinho. As duas coisas, em suma, são NATURAIS DO SER HUMANO e por isso merecem respeito.
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Faltam armas na Noruega
O norueguês maluco chegou à ilha Utoyea com seus rifles e abateu 68 pessoas. Lá não tinha ninguém armado para tentar revidar. Os defensores do desarmamento dizem que a culpa é do fácil acesso às armas, mas eu penso que o problema está no fato de só os bandidos terem armas. Imagina se as pessoas de bem andassem armadas?
O norueguês maluco ia matar um ou dois, mas logo ia ter troco. Algum garoto gente fina e estudioso ia sacar sua arma e se defender. Porque, por mais que isso pareça estranho, pessoas de bem também podem portar armas. Porém, se criou uma idéia de que só pessoas com más intenções devem andar armadas. Esse é um pensamento pobre, é como dizer que eu tenho seguro do meu veículo porque na verdade inteciono sair por aí batendo em postes.
Se o bandido pensa em fazer um arrastão num restaurante e ele sabe que todos ali estarão armados, pensa duas vezes. O mesmo faria o estuprador antes de tentar algo com uma moça que ele sabe que provavelmente está com um 38 na bolsa. E se você bateu seu carro, o machão irritado do outro veículo vai descer calminho porque ele sabe que você e ele estão armados. Aí é diferente, não é verdade? Basta só ter força para puxar o gatilho, então vamos conversar. Isso funcionou bem na Guerra Fria com ambos os lados portando armas nucleares, lembra?
E não me fale em mortes banais. Elas acontecem de qualquer maneira, veja na Noruega, um país pacífico e seguro. Porque gente má e maluca sempre vai existir em qualquer lugar. E se o norueguês maluco não tivesse uma pistola, ele faria o estrago com uma faca, acredite. E morte banal por morte banal, fechem todas as estradas do planeta. O trânsito é um grande assassino, você o vê agindo diariamente da janela do seu carro, mas ninguém pede a proibição do uso dos carros, não é verdade?
Pode ser que o mundo fique menos violento com mais armas, uma vez que os maus talvez pensem bem antes de agir quando souberem que os bons estão armados também. E mesmo que o mundo não mude nada com mais armas, pelo menos os inocentes terão mais chance de se defender.
Samuel Colt, inventor do revólver, disse certa vez: Abraham Lincoln tornou todos os homens livres, mas eu os tornei iguais. Ele não podia estar mais certo.
O norueguês maluco ia matar um ou dois, mas logo ia ter troco. Algum garoto gente fina e estudioso ia sacar sua arma e se defender. Porque, por mais que isso pareça estranho, pessoas de bem também podem portar armas. Porém, se criou uma idéia de que só pessoas com más intenções devem andar armadas. Esse é um pensamento pobre, é como dizer que eu tenho seguro do meu veículo porque na verdade inteciono sair por aí batendo em postes.
Se o bandido pensa em fazer um arrastão num restaurante e ele sabe que todos ali estarão armados, pensa duas vezes. O mesmo faria o estuprador antes de tentar algo com uma moça que ele sabe que provavelmente está com um 38 na bolsa. E se você bateu seu carro, o machão irritado do outro veículo vai descer calminho porque ele sabe que você e ele estão armados. Aí é diferente, não é verdade? Basta só ter força para puxar o gatilho, então vamos conversar. Isso funcionou bem na Guerra Fria com ambos os lados portando armas nucleares, lembra?
E não me fale em mortes banais. Elas acontecem de qualquer maneira, veja na Noruega, um país pacífico e seguro. Porque gente má e maluca sempre vai existir em qualquer lugar. E se o norueguês maluco não tivesse uma pistola, ele faria o estrago com uma faca, acredite. E morte banal por morte banal, fechem todas as estradas do planeta. O trânsito é um grande assassino, você o vê agindo diariamente da janela do seu carro, mas ninguém pede a proibição do uso dos carros, não é verdade?
Pode ser que o mundo fique menos violento com mais armas, uma vez que os maus talvez pensem bem antes de agir quando souberem que os bons estão armados também. E mesmo que o mundo não mude nada com mais armas, pelo menos os inocentes terão mais chance de se defender.
Samuel Colt, inventor do revólver, disse certa vez: Abraham Lincoln tornou todos os homens livres, mas eu os tornei iguais. Ele não podia estar mais certo.
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segunda-feira, 25 de julho de 2011
A culpa é da Amy sim, mas...
Não creia no blá blá blá do artista problemático. Bowie não morreu com 27, Jagger também não. E mesmo os tipos suicidas (mais) literais como Cobain poderiam ter um fim diferente. Bastava um pouco de coragem para desrespeitar esse maldito culto à individualidade.
O que matou Amy Winehouse foi a ausência de uma categoria odiada pela nossa sociedade: o intrometido. Alguém que dissesse "eu sei que ela é adulta, mas foda-se, alguém tem que fazer algo". E dali começasse uma intervenção.
Mas por algum motivo, ninguém ligou. E ela morreu sozinha uma semana depois de ir ao pub que frequentava e dizer que queria parar de beber.
Não se meter é mais cômodo e fácil, mas seria melhor vê-la morta do que intervir?
O cara na beirada da ponte determinado a se matar pode mudar de idéia. Basta alguém dizer algo. E se falar não adiantar nada, é preciso fazer. Tirá-lo da ponte e tratá-lo, uma vez que ele perdeu a sanidade e é nossa obrigação tentar devolvê-la a ele.
Mesmo que seja à força, desrespeitando o sagrado direito de escolha. Porque às vezes é preciso desrespeitar a liberdade individual daquele indivíduo que se encontra em perigo. Da mesma maneira que seu pai um dia não permitiu que você atravessasse a pista sozinho, Amy precisava nesse momento da vida de uma mão firme.
Não teve. Azar o nosso.
O que matou Amy Winehouse foi a ausência de uma categoria odiada pela nossa sociedade: o intrometido. Alguém que dissesse "eu sei que ela é adulta, mas foda-se, alguém tem que fazer algo". E dali começasse uma intervenção.
Mas por algum motivo, ninguém ligou. E ela morreu sozinha uma semana depois de ir ao pub que frequentava e dizer que queria parar de beber.
Não se meter é mais cômodo e fácil, mas seria melhor vê-la morta do que intervir?
O cara na beirada da ponte determinado a se matar pode mudar de idéia. Basta alguém dizer algo. E se falar não adiantar nada, é preciso fazer. Tirá-lo da ponte e tratá-lo, uma vez que ele perdeu a sanidade e é nossa obrigação tentar devolvê-la a ele.
Mesmo que seja à força, desrespeitando o sagrado direito de escolha. Porque às vezes é preciso desrespeitar a liberdade individual daquele indivíduo que se encontra em perigo. Da mesma maneira que seu pai um dia não permitiu que você atravessasse a pista sozinho, Amy precisava nesse momento da vida de uma mão firme.
Não teve. Azar o nosso.
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Eduardo Ratel
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